Uma Noite

Autor(a)/ Tags:

Era o quarto vulgar e miserável,
escondido no andar de cima da taverna suspeita
Da janela avistava-se o beco, um beco imundo e estreito.
Lá de baixo, vinham as vozes de alguns operários
que jogavam às cartas, divertindo-se.

Ali, num leito reles, ordinário,
eu tive o corpo do amor, desfrutei-lhe dos lábios rosados e sensuais toda a ebriez –
tal ebriez dos lábios róseos, que ainda agora,
ao escrever, tantos anos depois,
nesta casa vazia, eu de novo me embriago.

COMENTE ESTA LÍRICA