Os Teus Olhos

O céu azul, não era Dessa cor, antigamente; Era branco como um lírio, Ou como estrela cadente. Um dia, fez Deus uns olhos Tão azuis como esses teus, Que olharam admirados A taça branca dos céus. Quando sentiu esse olhar: “Que doçura, que primor!” Disse o céu, e ciumento, Tornou-se da mesma cor!

O Meu Alentejo

Meio-dia. O sol a prumo cai ardente, Doirando tudo…Ondeiam nos trigais D´oiro fulvo, de leve… docemente… As papoulas sangrentas, sensuais… Andam asas no ar; e raparigas, Flores desabrochadas em canteiros, Mostram, por entre o oiro das espigas, Os perfis delicados e trigueiros… Tudo é tranqüilo, e casto, e sonhador… Olhando esta paisagem que é uma tela De Deus, eu penso …